Visitantes

sábado, 21 de julho de 2012

Teste caseiro de HIV deve chegar a farmácias dos EUA ainda neste ano


por Chico Felitti

Editora Globo
Créditos: Divulgação
Um pouco de saliva raspada da gengiva, 20 minutos e US$ 400. É tudo o que americanos precisarão para saber, sem sair de casa, se são portadores do vírus HIV, até o fim deste ano. Um comitê do Food and Drug Administration (FDA), responsável por testar e aprovar o comércio de remédios e alimentos nos EUA, recomendou liberar a venda de um kit de diagnóstico rápido do vírus da Aids. Disponível desde 2004 para clínicas e hospitais, ele será o primeiro teste oral e instantâneo a ser vendido em drogarias, se a sugestão for aceita.

A resolução não significa que o Food and Drug Administration vai liberar o produto. “Mas em mais de 90% dos casos, o FDA segue o aceno dos comitês”, diz Charlotte Ann Mao, infectologista da Universidade de Boston. De olho no provável resultado, o fabricante já dobrou a produção do kit.

Para os médicos, a notícia é boa, porque incentivaria pessoas que têm vergonha de fazer o teste — ou medo doexame de sangue — a buscar o diagnóstico. Uma vantagem e tanto na prevenção da doença, pois estima-se que nos EUA, por exemplo, 21% dos infectados pelo HIV não saibam que têm o vírus. “Além de não se tratar, essas pessoas continuam a disseminá-lo”, diz Max Igor Lopes, infectologista da USP.

A privacidade tem desvantagens. “Se o resultado for positivo, muitos pacientes que o descobrem sozinhos podem ficar fragilizados, não saber o que fazer com a descoberta e não iniciar um tratamento de imediato”, diz Lopes. Outro ponto negativo do teste é a maior chance de resultados incorretos. Enquanto os testes de laboratório têm acerto de 99,8%, em média, o fabricante do kit diz que sua precisão é de 93%. Para Ann Mao, porém, as vantagens superam esses problemas. “Pode ser o começo de uma revolução da informação sobre o HIV.” 

Nenhum comentário:

Postar um comentário