Indivíduos adultos
Existem células-tronco em vários tecidos (como medula
 óssea, sangue, fígado) de crianças e adultos. Entretanto, a quantidade é
 pequena e não sabemos ainda em que tecidos são capazes de se 
diferenciar. Pesquisas recentes mostraram que células-tronco retiradas 
da medula de indivíduos com problemas cardíacos foram capazes de 
reconstituir o músculo do seu coração, o que abre perspectivas 
fantásticas de tratamento para pessoas com problemas cardíacos. 
Mas a maior limitação da técnica, do autotransplante
 é que ela não serviria para portadores de doenças genéticas. É 
importante lembrar que as doenças genéticas afetam 3-4% das crianças que
 nascem. Ou seja, mais de cinco milhões de brasileiros para uma 
população atual de 170 milhões de pessoas. É verdade que nem 
todas as doenças genéticas poderiam ser tratadas com células-tronco, mas
 se pensarmos somente nas doenças neuromusculares degenerativas, que 
afetam uma em cada mil pessoas, estamos falando de quase duzentas mil 
pessoas. 
Cordão umbilical e placenta
Pesquisas recentes vêm mostrando que o sangue do 
cordão umbilical e da placenta são ricos em células-tronco. Entretanto, 
também não sabemos ainda qual é o potencial de diferenciação dessas 
células em diferentes tecidos. Se as pesquisas com células-tronco de 
cordão umbilical proporcionarem os resultados esperados, isto é, se 
forem realmente capazes de regenerar tecidos ou órgãos, esta será 
certamente uma notícia fantástica, porque não envolveria questões 
éticas. Teríamos que resolver então o problema de compatibilidade entre 
as células-tronco do cordão doador e do receptor. Para isto será 
necessário criar, com a maior urgência, bancos de cordão públicos, à 
semelhança dos bancos de sangue. Isto porque sabe-se que, quanto maior o
 número de amostras de cordão em um banco, maior a chance de se 
encontrar um compatível. 
Experiências recentes já demonstraram que o 
sangue do cordão umbilical é o melhor material para substituir a medula 
em casos de leucemia. Por isso, a criação de bancos de cordão é
 uma prioridade que já se justifica somente para o tratamento de doenças
 sangüíneas, mesmo antes de confirmarmos o resultado de outras 
pesquisas. 

Células embrionárias
Se as células-tronco de cordão tiverem a 
potencialidade desejada, a alternativa será o uso de células-tronco 
embrionárias obtidas de embriões não utilizados que são descartados em 
clínicas de fertilização. Os opositores ao uso de células embrionárias 
para fins terapêuticos argumentam que isto poderia gerar um comércio de 
óvulos ou que haveria destruição de "embriões humanos" e não é ético 
destruir uma vida para salvar outra. 
Texto adaptado de Zatz, Mayana. "Clonagem e células-tronco". Cienc. Cult., jun. 2004, vol. 56, nº 3, pp. 23-27, ISSN 0009-6725. 
http://www.sobiologia.com.br/
 
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