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quinta-feira, 7 de junho de 2012


Está chegando a hora: entenda o que está em jogo na Rio+20


Lydia Cintra 6 de junho de 2012
Por Ana Carolina Amaral*
COLABORAÇÃO PARA A SUPERINTERESSANTE
Na próxima semana, o Rio de Janeiro recebe a mais importante conferência sobredesenvolvimento sustentável na agenda mundial – a Rio+20, entre os dias 13 e 22 de junho. Por que os olhos do mundo já estão voltados para o Brasil?
Se você está cansado de ouvir falar das reuniões internacionais pelo desenvolvimento sustentável – aquelas que deveriam dar outro rumo para o planeta, mas sempre terminam sem acordos significativos – saiba que não está sozinho. Os líderes dos países-membros da ONU também não estão muito a fim de viajar todo ano até uma conferência que poderia ser decisiva para voltar de mãos abanando – ainda mais em ano de eleições nos Estados Unidos e crise econômica pela Europa.
Antes de conhecer o jogo, acalme suas expectativas: da Rio+20 não devem sair compromissos obrigatórios, mas uma receita de como tirar do papel os acordos ambientais assinados até agora e, claro, como governar esse mundão de recursos limitados.
Isso é o que se chama governança ambiental nas reuniões preparatórias da Rio+20: busca-se um novo método de articulação entre a ONU e os países para darmos conta de administrar o planeta,  distribuindo igualmente dos recursos essenciais e respeitando os limites naturais. Ninguém sabe muito bem o conteúdo dessa receita, mas ela é o coração da Conferência e o que pode nos tirar dessa mesmice ambiental.
Também está na roda a governança do desenvolvimento sustentável. Esse “nomão” todo quer dizer que as bases da sustentabilidade (social, econômica e ambiental) deveriam marcar presença em tudo quanto é acordo da ONU, seja lá de economia, saúde ou solução de conflitos armados.
Para esse item há propostas mais claras que no anterior, como promover o Pnuma (Programadas Nações Unidas para o Meio Ambiente) ao cargo de agência especializada - em vez de mero “programa”. Sim, porque do jeito que está hoje, o Pnuma é um coitado: não tem verba, autonomia e nem poderes como os das agências de alimentação (FAO), comércio (OMC), educação (Unesco) ou saúde (OMS). A partir desse fato, há mais de uma dúzia de propostas sobre como dar mais poder ao tema ambiental dentro da ONU.
Economia Verde também será debatida pelos 102 chefes de Estado que já reservaram seus hoteis no Rio de Janeiro (que vai lotar, mas quem sabe continuará lindo). O desafio aqui é criar uma economia com mais inclusão social e menos impactos ambientais. A ideia é muito criticada pela sociedade civil organizada, pois segundo muitas ONGs, o caminho para resolver as coisas não seria econômico. Por outro lado, as mudanças ainda não aconteceram justamente por culpa dela: a bendita da economia. Ainda é suja, de alto carbono e extremamente desigual. E aí, o que você acha? Do que o mundo precisa?
Calma, calma! Não precisa se sentir pequenininho no meio dessas questões tão difíceis e globais. É pensando junto que a gente chega lá. E você tem alguns meios de fazer parte disso também: por um debate que será lido aos chefes de Estado, com uma foto ou mensagem levada para a campanha da ONU ou mesmo fazendo parte da Cúpula dos Povos.
Mais de 50 mil pessoas, 10 mil delas acampadas, devem pressionar os líderes e se manifestar ao vivo durante a Rio+20. Afinal, só quem não precisa de ar e água pra viver pode ficar de fora dessa briga.
Quer saber mais? Veja o vídeo que o Instituto Vitae Civillis preparou com o “diagrama da rosquinha”, que explica a Rio+20:


(Imagem: Sxc.hu)
*Ana Carolina Amaral é jornalista formada pela Unesp, tem mais de dez anos de atuação em questões socioambientais e atualmente produz o especial Caminhos da Reportagem, pela TV Brasil. Escreve sobre Mulheres e Sustentabilidade nos portais Mercado Ético e Tempo de Mulher. Twitter: @acarolamaral
Fonte: Revista Superinteressante



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