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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Campina classifica tipos de biodiesel

O método criado pela UEPB vai oferecer agilidade e eficácia na hora da classificação do produto, de forma mais simples e barata.

 

Campina Grande mais uma vez foi pioneira na área da tecnologia, através da criação de um sistema para a classificação do biodiesel. A pesquisa, que durou dois anos para ser finalizada, foi realizada por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), do curso de Química. Conforme os estudiosos, com essa tecnologia será possível para as empresas que adquirem o biodiesel saber com exatidão a qualidade e o tipo de matéria-prima que estão utilizando, através da sua rastreabilidade.
O trabalho foi o primeiro na área de pesquisa e deve ser apresentado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que acontecerá no Rio de Janeiro, no próximo mês.
Segundo o pesquisador e professor do curso de Química da UEPB Germano Véras, para a produção do biodiesel são utilizados o sebo de animal ou o óleo de plantas, como: soja, girassol, canola, algodão e milho. Ele explicou que, depois de produzido, é impossível classificar o biodiesel visualmente e que, para tanto, é necessária uma série de análises minuciosas, até se chegar à rastreabilidade do produto; ou seja, até que se tenha certeza da sua qualidade e exatidão da matéria-prima que está sendo utilizada.
“Não existia nenhuma técnica criada no mundo antes de nós para se fazer a rastreabilidade do biodiesel, através da espectrometria do infravermelho próximo (NIR). Geralmente, para que se conheça o biodiesel que está sendo utilizado e para saber se este produto é de qualidade, além da matéria-prima que está sendo usada, é preciso uma série de análises, através de um processo lento e caro”, informou. O método criado pela UEPB vai oferecer agilidade e eficácia na hora da classificação do produto, de forma mais simples e barata. “Em países como a Alemanha, por exemplo, que proíbe a utilização de biodiesel que não seja ecologicamente correto, tem que existir um processo rígido de rastreabilidade, e o programa veio para tornar a classificação do produto mais rápida e barata”, disse Véras.
O pesquisador afirmou que, para tanto, governos ou empresas que constroem instrumentos interessados na benfeitoria, precisam implementar um software em um aparelho conhecido como espectrofotômetro (que realiza as análises), ou criar novos aparelhos para a comercialização. “Existe a possibilidade delas adquirirem um software com a tecnologia que criamos, dessa forma implantando o método no instrumento, ou ainda criarem aparelhos que já venham com esse programa”, contou.
Desenvolvido o projeto, falta pouco para que a benfeitoria possa ser utilizada pelo mercado mundial, já que a patente será registrada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
“A partir de então, qualquer empresa interessada no nosso trabalho poderá entrar em contato com a Universidade para adquirir a tecnologia, através de um acordo comercial. Esse trabalho é muito importante não somente para as empresas, mas principalmente para os governos, que podem utilizar essa tecnologia, por exemplo, na hora da fiscalização do biodiesel”, informou Germano Véras.

Extraído de: Jornal da Paraíba

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