O método criado pela UEPB vai oferecer agilidade e eficácia na hora da classificação do produto, de forma mais simples e barata.
Isabela Alencar
Campina Grande mais
uma vez foi pioneira na área da tecnologia, através da criação de um
sistema para a classificação do biodiesel. A pesquisa, que durou dois
anos para ser finalizada, foi realizada por pesquisadores da
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), do curso de Química. Conforme
os estudiosos, com essa tecnologia será possível para as empresas que
adquirem o biodiesel saber com exatidão a qualidade e o tipo de
matéria-prima que estão utilizando, através da sua rastreabilidade.
O trabalho foi o primeiro na área de pesquisa e deve ser apresentado
durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio + 20, que acontecerá no Rio de Janeiro, no próximo
mês.
Segundo o pesquisador e professor do curso de Química da UEPB Germano
Véras, para a produção do biodiesel são utilizados o sebo de animal ou o
óleo de plantas, como: soja, girassol, canola, algodão e milho. Ele
explicou que, depois de produzido, é impossível classificar o biodiesel
visualmente e que, para tanto, é necessária uma série de análises
minuciosas, até se chegar à rastreabilidade do produto; ou seja, até que
se tenha certeza da sua qualidade e exatidão da matéria-prima que está
sendo utilizada.
“Não existia nenhuma técnica criada no mundo antes de nós para se
fazer a rastreabilidade do biodiesel, através da espectrometria do
infravermelho próximo (NIR). Geralmente, para que se conheça o biodiesel
que está sendo utilizado e para saber se este produto é de qualidade,
além da matéria-prima que está sendo usada, é preciso uma série de
análises, através de um processo lento e caro”, informou. O método
criado pela UEPB vai oferecer agilidade e eficácia na hora da
classificação do produto, de forma mais simples e barata. “Em países
como a Alemanha, por exemplo, que proíbe a utilização de biodiesel que
não seja ecologicamente correto, tem que existir um processo rígido de
rastreabilidade, e o programa veio para tornar a classificação do
produto mais rápida e barata”, disse Véras.
O pesquisador afirmou que, para tanto, governos ou empresas que
constroem instrumentos interessados na benfeitoria, precisam implementar
um software em um aparelho conhecido como espectrofotômetro (que
realiza as análises), ou criar novos aparelhos para a comercialização.
“Existe a possibilidade delas adquirirem um software com a tecnologia
que criamos, dessa forma implantando o método no instrumento, ou ainda
criarem aparelhos que já venham com esse programa”, contou.
Desenvolvido o projeto, falta pouco para que a benfeitoria possa ser
utilizada pelo mercado mundial, já que a patente será registrada no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
“A partir de então, qualquer empresa interessada no nosso trabalho
poderá entrar em contato com a Universidade para adquirir a tecnologia,
através de um acordo comercial. Esse trabalho é muito importante não
somente para as empresas, mas principalmente para os governos, que podem
utilizar essa tecnologia, por exemplo, na hora da fiscalização do
biodiesel”, informou Germano Véras.
Extraído de: Jornal da Paraíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário